quinta-feira, 26 de abril de 2012

Terceira reunião do projeto internacional GRUNDTVIG (Educação de Adultos), coordenado pela INSIGNARE

Realizou-se na passada semana, em Bangor, País de Gales, a terceira reunião do projeto internacional INCLUSIVE – Involving New Communities of Learners Using Socially Inclusive Virtual Environments. É apoiado pelo Programa Aprendizagem ao Longo da Vida, através da Agência Nacional PROALV. Dedicado à Educação de Adultos, este projeto com oito países (Alemanha, Hungria, Letónia, Lituânia, Polónia, Portugal, Reino Unido e República Checa, coordenado pela INSIGNARE, tem como objetivos principais: a)Desenvolver as competências digitais dos formandos adultos e dos formadores; b)Transferir a parte lúdica da internet para a aprendizagem on-line; c)Encorajar a inclusão digital com ajuda passo a passo no processo de aprendizagem; d)Promover a aprendizagem colaborativa. Em vários dias de intenso trabalho, sempre numa ótica de partilha de conhecimento, destacaram-se as seguintes atividades, onde se estruturaram diversos produtos educativos, a serem agora utilizados por cada parceiro, adaptando-os às suas realidades: 1)No âmbito de um workshop de elearning, um exercício de brainstorming, designado "what's in your bag?", onde o orador solicitou que cada país indicasse quais os softwares que são mais utilizados para a comunicação pedagógica online com os seus formandos - era necessário descrever o que cada um fazia, quais os seus pontos fortes e fracos, custo e respetivo link, para que quem o desconhecesse pudesse experimentar. De referir que foi um exemplo prático de trabalho colaborativo, pois os diferentes grupos trabalharam online no mesmo ficheiro, através duma ferramenta gratuita - o Google Docs. Enorme aprendizagem decorrente das explicações que cada parceiro revelou, pois apesar de usarmos diferentes softwares, vários são os que se destinam ao mesmo objetivo. Todavia, conhecemos outros que, na opinião do membro português da equipa GRUNDTVIG, José Carlos Alves, são inovadores e podem vir a ser utilizados nas diversas áreas educativas da INSIGNARE. 2)Uma apresentação, pelo anfitrião Galês, denominada YOU 2.0, com ferramentas para a Web 2.0, onde se indicaram vários softwares que não se anulam mas complementam-se. 3)Um outro workshop, também interessante e útil, relativo a ferramentas para webinários (seminários via web), onde ao ser-nos requerido que indicássemos quais daquelas ferramentas gostaríamos de ter, a equipa portuguesa, fazendo jus à nacional génese insatisfeita e criativa, propôs uma inversão do raciocínio, lançando o mote para uma discussão viva e cuja divisa, assumidamente baseada em John Kennedy, foi reputada pelo orador como a base para o elearning: «Can we discuss what we want the learners to be able to do, instead? What do we need from web seminar tools, not what web seminar tools do we need”. 4)Novamente baseados no Google Docs e no trabalho colaborativo, os vários parceiros identificaram quais as competências necessárias a deter por um formando digital (“What skills do we need?”), para utilização de plataformas digitais e aplicações web 2.0. Todos os intervenientes estiveram de acordo para a necessidade urgente da mudança das mentalidades dos formadores, para uma melhor adaptação às novas tecnologias e ferramentas web 2.0. 5)Apresentação e debate de uma matriz comum de elaboração de cursos, presenciais e em elearning. Esta matriz foi elaborada pela equipa portuguesa, ao longo de várias semanas de trabalho, e previamente enviada aos parceiros. Na discussão sobre ela, salienta-se a grande qualidade do contributo do parceiro Checo, o qual vai permitir melhorar a qualidade da versão final. Podemos, por isso, retirar duas conclusões: a primeira, mais orgânica, é que este está a ser um projeto onde a participação Portuguesa está a demonstrar ser inegavelmente benéfica, quer pelo intercâmbio de conhecimentos, quer pela projeção do que de bom é feito por cá, quer pela criação de novos documentos enquadradores da formação de adultos. É indubitável que os produtos e atividades desenvolvidos vão ajudar a melhorar o serviço que a INSIGNARE presta aos seus Clientes, nesta área. A segunda é mais de cariz mais macro. A participação portuguesa neste projeto tem servido também como projeção do que fazemos em Portugal. Em oito parceiros somos tidos como uma manifesta mais valia pelos exemplos que levamos, pela proatividade das nossas comunicações. Tem sido percetível, mesmo e sobretudo nos participantes de países mais desenvolvidos que o nosso, a surpresa e mesmo admiração por algumas das soluções implementadas, quer na INSIGNARE, quer a nível nacional. Muitos problemas são comuns, não sendo apenas exclusivos de um país. Mais uma vez, a nossa imagem interna – o que se faz lá fora é que é bom! - não corresponde, de todo, à verdade.