terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A importância da liderança no sucesso das organizações

"A execução da autoridade vai-se esbatendo com o tempo e com a empatia que se cria. Uma pessoa chega e mostra quem é e o que pode fazer, afirma-se e estabelece regras. A liderança toda a gente deve senti-la e ninguém a ver."



Cito José Mourinho, um dos melhores treinadores de futebol do Mundo e certamente uma das figuras portuguesas mais reconhecidas internacionalmente. Para além da sua competência técnica, sustentada num ascendente e discreto percurso de aprendizagem, acredito que o seu sucesso deriva da sua inquestionável capacidade de liderança. Voraz na defesa dos seus jogadores e das organizações onde trabalha, assume isoladamente todos os riscos em plena peleja e sabe discretamente afastar-se nos momentos de vitória e consagração. Dá o peito às balas na mais acesa refrega, distraindo com isso os adversários para o essencial da questão, ultrapassando amiúde, regras básicas de boa educação e cordialidade entre pares. Por vezes, tantas vezes, parece valer tudo. E vale. De forte personalidade, cria regras que religiosamente obriga a cumprir, independentemente da importância dos seus colaboradores e parece dizer sempre, quase sempre, o que pensa. Ou pelo menos aquilo que naquele momento e em função de um determinado objetivo lhe parece conveniente dizer. Consegue rapidamente passar do centro de todas as atenções e de todos os ódios, para momentos de máxima discrição e completa serenidade. E como ele próprio afirma, a liderança é algo para ser sentido e muito pouco para ser visto. Aprecio-o a capacidade de liderança de José Mourinho e longe de aspirar a qualquer tipo de comparação, muito me identifico com ela. Desde jovem e sobre estas coisas de mandar e ser mandado, aprendi que os colaboradores são normalmente o espelho do seu líder. E que as organizações prosperam e consolidam-se na qualidade e intensidade da sinergia que se consegue atingir. Entre uns e os outros. Se a isto adicionarmos a consciência de um projeto comum, a humildade para saber ouvir e uma denodada capacidade de trabalho, temos organização e futuro.

Francisco Vieira
(presidente da direção da Associação Empresarial Ourém – Fátima)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Cerimónia de Entrega de Certificados do Centro Novas Oportunidades e do Centro de Formação Contínua da Insignare

Breves palavras.
Cumprimento todos os presentes, com especial atenção os convidados que nos honram com a sua participação neste ato que intitularia de solene. Esta Cerimónia de Entrega de Certificados do Centro Novas Oportunidades, que nesta data comemora 10 anos de atividade, e do Centro de Formação Contínua da Insignare
Num momento em que o esforço desenvolvido ao longo desta última década é colocado em causa, quer nos seus objetivos, quer na qualidade do trabalho desenvolvido, penso ser de atenta oportunidade agradecer o empenhamento de todos aqueles que ao longo dos últimos 10 anos colaboraram no CNO da Insignare.
Para todos eles, diretores, coordenadores, formadores, profissionais de RVCC, administrativos, um muito obrigado em nome da Direção da Insignare pela dedicação que colocaram nesta causa. Sentimo-nos honrados pelo vosso desempenho, pela qualidade dos procedimentos desenvolvidos, pelas metas excelentes que sempre conseguiram atingir. Para todos e como prova de reconhecimento, peço uma calorosa salva de palmas.
Mas todo o esforço desenvolvido pelo CNO da Insignare ao longo dos últimos 10 anos, só se justifica pelo impacto positivo e pela valorização pessoal e profissional de todos aqueles que corajosamente decidiram voltar à escola e acreditaram como é importante uma constante e imensa disponibilidade para aprender. Ao longo de toda a vida.
Para todos aqueles que como vós, tiveram a coragem de voltar à Escola, peço também uma calorosa e merecida salva de palmas.
Neste momento de grande indefinição para o projeto dos Centros Novas Oportunidades, cito o grande líder chinês, Mao Tse-Tung:
“A autossatisfação é inimiga do estudo. Se queremos realmente aprender alguma coisa, devemos começar por libertar-nos disso. Em relação a nós próprios devemos ser ‘insaciáveis na aprendizagem’ e em relação aos outros, ‘insaciáveis no ensino.”
Estranhas devem ser estas palavras para aqueles que hoje questionam a oportunidade deste tipo de cerimónia. Para aqueles que certamente por nunca terem participado em nenhuma, não conseguem ainda compreender a importância da imensa satisfação pessoal de todos aqueles, que por razões diversas da vida não o puderam estudar no tempo próprio. Bastaria ver os sorrisos nervosos, a presença orgulhosa de familiares e amigos, o entusiasmo com que recebem os certificados, as histórias que connosco partilham.
Acredito que bastaria isso para ajudar a mudar muitas opiniões. E por acreditar na importância social deste projeto, a Direção da Insignare decidiu apresentar uma nova candidatura de apoio à continuação deste serviço. Considerando a qualidade e quantidade do trabalho desenvolvido ao longo dos últimos 10 anos, não tememos o resultado final. Em face das limitações financeiras que este tempo nos impõe, que fiquem os melhores e garantidamente nós estaremos entre eles.
Muito obrigado a todos.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A CENTRALIDADE DE OURÉM (III)

Termino hoje este solitário exercício. Releio os textos anteriores e relembro os dados que fui comparando. População, número de empresas, volume de negócios, número de trabalhadores, número de estabelecimentos hoteleiros, camas instaladas e dormidas vendidas. Abordei os territórios que compreendem o Pinhal Interior Norte, Pinhal Litoral e Médio Tejo. Conclui que considerando as áreas antes enunciadas, o concelho de Ourém ocupa uma terceira posição em matéria de população e actividade económica e uma posição cimeira no que ao turismo diz respeito. Admiti que algumas destas conclusões não fossem assim tão óbvias para a generalidade dos leitores, perspectivando alguma injustiça numa equilibrada distribuição do investimento público. Não sendo essa a motivação inicial, tentei encontrar dados, sistematizados, que me permitissem confirmar esse desequilíbrio. Em boa verdade, não os consegui encontrar e aqueles a que tive acesso respeitam o peso dos dados anteriormente referidos. Não quero com isto dizer que não sinta ou pressinta, que nesta matéria existiram dois pesos e duas medidas. Basta olhar para a área da saúde e confirmar quanto foi esquecido o concelho de Ourém. Tendo mais população e criando mais riqueza e emprego que Tomar, Torres Novas e Abrantes não possui nenhum hospital a exemplo do que se verifica nestes concelhos. Ou até como Pombal que podendo ser equilibradamente comparado com Ourém, possui esse tipo de fundamental infra-estrutura. Que critérios presidiram a estas decisões? Num tempo em que se fala na necessária redução de custos na área da saúde, defende Ourém que o seu Centro de Saúde não passe a encerrar no período nocturno e procura meios, que parecem não existir, para a aquisição de ambulâncias que garantam cuidados adequados no transporte dos seus munícipes. Defende-se a autorização que permita aos ourienses serem preferencialmente transportados para o Hospital de Leiria, em detrimento de longas e incompreensíveis deslocações para Tomar ou Abrantes. Nesta matéria parece-me que continuamos a falar muito baixo, não conseguindo fazer ouvir a dimensão da injustiça e a nossa indignação. Admito que tal se ficou a dever à nossa incapacidade reivindicativa, à força dos nossos líderes políticos, à inexistência de um sentido colectivo, ao posicionamento territorial onde nos inserimos.

Ao procurar encontrar e afirmar uma centralidade para Ourém, reconheço que o posicionamento de charneira que nos caracteriza e que por vezes nos faz parecer uma desvairada bola de pingue-pongue, saltitando entre entidades, de raiz e objectivos iguais, a Norte e a Sul, nos tem fortemente prejudicado. Considero de um bacoco provincianismo, aqueles que ao longo de anos defenderam esta postura de esperteza saloia. Sempre acreditei na dimensão aglutinadora de Leiria nas dinâmicas deste território, mas muito pouco vi fazer a Leiria para afirmar a sua incontestada liderança. E é essa incapacidade, que me parece querer manter-se, que deverá levar Ourém a procurar o seu próprio espaço, a sua dimensão de centralidade. Aguardo com expectativa trabalho encomendado pelo Município de Ourém que abordará certamente esta matéria. Talvez que uma visão exterior nos permita ver aquilo que continuadamente temos ignorado. Resta-me essa esperança.


Francisco Vieira
Presidente da direção da ACISO


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A CENTRALIDADE DE OURÉM (II)

Admiti ser este o último texto sobre o tema que titula este espaço, encerrando este esforço solitário e certamente pouco motivante para quem se arrisque a lê-lo. A ideia era fechar esta análise comparativa entre Ourém e os concelhos do Médio Tejo, Pinhal Litoral e Pinhal Interior Norte, procurando perceber melhor a realidade e as potencialidades do “meu” concelho, denunciar as injustiças de que tem sido alvo em termos de uma distribuição equilibrada do investimento público, mas e sobretudo, tentar compreender se Ourém, por tudo aquilo que foi e é, assume ou pode vir a assumir uma centralidade motora no desenvolvimento dos territórios enunciados ou de outros que lhes são vizinhos. Mas acabei por não assumir este como o último texto, porque admiti que se justifica, pela sua importância económica, social e cultural, uma abordagem a um setor específico, o Turismo. O último será então o próximo, o das injustiças e da eventual centralidade. As dificuldades financeiras que atravessa a Entidade Regional de Turismo Leiria-Fátima, têm motivado algumas afirmações e um reduzido debate sobre a importância deste organismo na gestão do território turístico composto pelos municípios de Leiria, Pombal, Marinha Grande, Batalha, Porto de Mós e Ourém, colocando mesmo em causa a necessidade desta entidade. Enquanto uns questionam a validade da reivindicação que levou o anterior Governo, no último minuto, a segurar este espaço administrativo, outros já lhe anunciam a morte e integram-no, em partes ou por inteiro, nos seus territórios. Sobre este assunto o meu pensamento já começa a ser velho e admito que já canse de tanto ser repetido. Sou completamente a favor da existência do Turismo de Leiria-Fátima, na prossecução dos seus objetivos estatutários de organização e qualificação do território turístico, defendo o reforço da aproximação à Associação Turismo de Lisboa, com vista a garantir uma mais poderosa promoção nos mercados externos, sou defensor de uma eventual fusão com o Turismo do Oeste, com o objetivo de se ganhar massa crítica e serem ultrapassadas as dificuldades financeiras que admito possam ser semelhantes e finalmente, penso que Leiria e a sua “região” ficarão a perder, caso continuem a olhar sonolentamente para este assunto. Mas se o que antes ficou dito é preocupante e me parece importante, nada melhor que olhar para os números e tentar sobre eles entender a realidade, com base em dados relativos a 2009. O concelho de Ourém, razão de ser destes nossos escritos, apresenta 40 estabelecimentos hoteleiros (aqui ainda divididos entre hotéis e pensões), um total de 5 838 camas e vendeu 505 011 dormidas. Se compararmos com os concelhos do Pinhal Litoral (Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós), na sua globalidade, encontramos um número ligeiramente superior de estabelecimentos (42), mas uma significativa redução no número de camas (3 482) e de dormidas vendidas (293 121). Relativamente ao Médio Tejo, na globalidade dos seus concelhos, apresenta 24 estabelecimentos hoteleiros, 1 556 camas e 142 461 dormidas vendidas. No que se refere ao Pinhal Interior Norte os valores são incomparáveis: 11 estabelecimentos, 671 camas, 61 733 dormidas. Em conclusão e somando a totalidade dos valores relativos aos concelhos que integram o Pinhal Interior Norte, Pinhal Litoral e o Médio Tejo, excluindo os de Ourém, verificamos que estes apresentam 77 estabelecimentos hoteleiros contra os 40 instalados no concelho de Ourém, que disponibilizam 5 709 camas contra as 5 838 disponíveis em Ourém e finalmente e porque é o dado que verdadeiramente interessa, venderam em 2009, 497 315 dormidas contra as 505 011 vendidas apenas em Ourém (convém referir o peso avassalador de Fátima nos dados referentes a este concelho). E sobre Turismo e a importância do concelho de Ourém nesta matéria, nada mais me resta dizer. Daqui a um mês tentaremos concluir.
Francisco Vieira
Presidente da Direção da Associação Empresarial Ourém - Fátima

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Projeto “INCLUSIVE – Involving New Communities of Learners Using Socially Inclusive Virtual Environments”

No âmbito do projeto “INCLUSIVE – Involving New Communities of Learners Using Socially Inclusive Virtual Environments”, aprovado no subprograma Grundtvig do Programa Aprendizagem ao Longo da Vida, decorreu na segunda semana de Outubro a primeira reunião.

Este projeto tem oito parceiros, contando com a INSIGNARE:

• ALADIN - Atbalsts un Resursi Mūžiglītībai (Apoio e Recursos para a Aprendizagem), uma Organização Não Governamental, na Letónia. É uma associação para a promoção, partilha e intercâmbio de recursos de aprendizagem, servindo de apoio para as redes de formadores que a procuram, nomeadamente recursos on-line e baseados em TIC;

• Kauno suaugusiųjų mokymo centras (Centro de Educação de Adultos de Kaunas), uma entidade pública local que fornece aprendizagem formal e informal a adultos, na Lituânia;

• Volkshochschulverband Baden-Württemberg, uma associação regional de 175 centros de educação de adultos na região de Baden-Württemberg, cuja capital é Estugarda, na Alemanha;

• Cartrefi Cymru Cyf é uma Organização Não Governamental Galesa, no Reino Unido, que desenvolve vários projetos formativos de apoio ao desenvolvimento da literacia, numeracia, TIC e competências pessoais nos trabalhadores da Economia Social no norte e centro de Gales;

• Iskolaegészségügyi Szakmai Műhely Közhasznú Alapítvány (Fundação Não Lucrativa para o Ensino da Saúde), uma fundação que desenvolve projetos educativos nas áreas específicas da Saúde e das TIC para os trabalhadores no setor da Saúde, localizada na Hungria

• Centrum Kształcenia Ustawicznego i Praktycznego (Centro para a Educação Contínua e Prática), uma associação regional pública Polaca de centros de educação de adultos;

• Vyšší Odborná Skola Publicistiky (Escola Superior de Jornalismo e Média), localizada na República Checa.

Organizada pelo parceiro Lituano, o Centro de Educação de Adultos de Kaunas, foi nesta cidade que os trabalhos decorreram.

Foram reuniões principalmente relacionadas com a parte organizativa e conceptual da parceria, visto ser a primeira reunião conjunta de todos os parceiros após a aprovação do projeto. De recordar que este é fruto da participação da INSIGNARE no Seminário de Contacto GRUNDTVIG, em novembro de 2010, no Reino Unido, onde os membros se conheceram e estabeleceram as bases da parceria.

Consequentemente, marcaram-se as datas definitivas para as restantes mobilidades, com exceção das que se realizarão em 2013, sofrendo o cronograma original algumas alterações, impostas por condicionalismos internos de alguns parceiros.

Porquanto o que mais demorou a debater tenha sido o tipo de rede social que iríamos utilizar ao longo da parceria, em virtude das vantagens e desvantagens que cada uma apresenta, os produtos a criar também foram objeto de abordagem intensiva. Ainda assim, destaca-se o facto de todas as decisões terem sido tomadas por unanimidade, o que num projeto com oito parceiros provenientes de realidades diferentes é sempre de realçar. Para culminar, detalhou-se o plano de trabalho a realizar até à próxima deslocação, à Letónia.

Todos estes resultados foram depois apresentados e discutidos na reunião da equipa deste projeto, composta pela Sónia Pereira, Coordenadora Operacional, Ana Marto, José Carlos Alves, Ricardo Lopes e Sérgio Fernandes.

Sérgio Fernandes
Coordenador Geral do Projeto

terça-feira, 27 de setembro de 2011

A CENTRALIDADE DE OURÉM (I)


De acordo com o prometido, no mês passado e neste mesmo espaço, continuo a desenvolver uma análise comparativa entre Ourém e os seus concelhos vizinhos, num território abrangido pelo Médio Tejo, Pinhal Litoral e Pinhal Interior Norte. Uma análise sustentada na simplicidade de quem olha os números, não tendo nem formação nem conhecimento, para deles tirar exaustivas e certamente muito mais afinadas leituras. Coloco-me do ponto de vista do leitor, simples e descomprometido, aquilo que verdadeiramente sou. Não nego que o título que mantenho, me orienta na procura, ou talvez não, da afirmação de uma hipotética centralidade de Ourém face ao território, mais ou menos vasto, que a envolve. Quero admitir, certamente para meu maior descanso, que a isso não levarão a mal, sendo eu por antepassados e nascimento um verdadeiro cidadão ouriense (é interessante a forma como soa esta afirmação quando dita por alguém de Fátima). Nesta minha embrionária análise utilizarei apenas três dados, número de empresas, volume de negócios e número de trabalhadores, tendo como base o ano de 2009 e como fonte de informação o portal estatístico de informação empresarial do IRN Expresso (a partir de estatísticas do INE e IEFP). Ourém apresenta 2 808 empresas, 1 125M€ de volume de negócios e 11 768 trabalhadores, dados incomparáveis com a superior dimensão de Leiria que dispõe de 8 887 empresas, 4 170M€ de volume de negócios e 39 792 trabalhadores. Também superior, mas já muito mais próximo, aparece Pombal com 3 529 empresas, 1 231M€ de volume de negócios e 14 229 trabalhadores. Recorrendo aos dados sobre a população aqui apresentados no mês passado, com base nos resultados preliminares dos Censos 2011, é interessante verificar que “Ourém apresenta 45 887 habitantes, incomparavelmente abaixo dos 127 468 de Leiria e também significativamente menor que os 55 183 de Pombal”. É coerente. Mais população significa mais empresas, mais negócios e mais emprego. Podemos assim concluir e em face dos dados referidos que os três mais destacados (não utilizo o termo “importantes” porque admito possa ser mal entendido) concelhos do Médio Tejo, Pinhal Litoral e Pinhal Interior Norte, são Leiria, Pombal e Ourém. Se relativamente a Leiria isso não trás nenhuma novidade, admito que para muita gente os casos de Pombal e Ourém não fossem assim tão óbvios. Outros exemplos, para um melhor esclarecimento. No Médio Tejo e relativamente ao número de empresas, Ourém supera em mais de 1 000 empresas, Tomar (1 830), Abrantes (1 613), Torres Novas (1 581) e Alcanena (1 078). Em termos de volume de negócios, é interessante verificar que Alcanena com 1 546M€ ultrapassa os 1 125M€ de Ourém, que por sua vez fica acima dos 932M€ de Abrantes. Em relação ao número de trabalhadores os 11 768 de Ourém são incomparáveis com Torres Novas (7 538), Tomar (7 463) ou Abrantes (6 260). Se no que se refere ao Pinhal Interior Norte a diferença de dados é de tal modo abissal que não justifica aqui uma análise mais pormenorizada (também por notória escassez de espaço), os dados dos concelhos do Pinhal Litoral aproximam-se significativamente dos de Ourém. Excluindo os já referidos Leiria e Pombal, verificamos que em relação ao número de empresas a Marinha Grande apresenta 2 323, Porto de Mós, 1 539 e Batalha, 1 186. Quanto ao volume de negócios só a Marinha Grande se aproxima significativamente de Ourém com 1 000M€ (Batalha, 557M€; Porto de Mós, 472M€), assim como no que concerne ao número de trabalhadores com 11 108 (Batalha, 7 067; Porto de Mós, 6 266). Não pretendendo transformar esta já monótona listagem em qualquer tipo de competição entre territórios administrativos, não posso deixar de concluir aquilo que desde o início tenho presente no espírito. A dimensão do investimento público em Ourém, nunca considerou a sua valia e dinâmica económica. Mas a este assunto voltaremos.

Francisco Vieira

terça-feira, 9 de agosto de 2011

A limpeza a seco


As lavandarias comerciais são aquelas que se dirigem directamente ao consumidor Normalmente implantadas em zonas comerciais oferecem diferentes tipos de serviços, desde a lavagem de roupas, tinturaria, passagem a ferro e limpeza a seco. Este último serviço é requisitado pelo cliente sempre que uma determinada peça não seja indicada para uma lavagem normal. Mas afinal, quais são as roupas que devem sofrer este tipo de procedimento e em que consiste a limpeza a seco? As roupas que devemos destinar para a limpeza a seco são todas aquelas que podem encolher, deformar ou debotar na lavagem com água. E ainda, todas as peças de roupa compostas por diferentes tipos de tecidos, que na dúvida de se comportarem de forma desigual quando molhados devem também ser limpos a seco. Se pensarmos no significado literal da expressão “limpeza a seco” seremos levados a imaginar que a sujidade (suor, gordura corporal e nódoas acidentais) desaparece se dissipando no ar como num passe de mágica. Contudo isso não é possível, não é possível limpar uma roupa sem a molhar! Ora para podermos libertar a roupa da sujidade teremos de a “transportar” através de um meio de transporte, que geralmente é a água. No processo de limpeza a seco substituí-se a água por um outro líquido, denominado solvente de limpeza a seco. O mais vulgar ainda utilizado em Portugal é o percloroetileno. Este solvente dissolve de imediato todas as manchas de óleo e gordura, não provoca encolhimento nem debota os tecidos. No entanto, não retira as manchas que são solúveis em água como as manchas de suor e de algumas bebidas, é também agressivo com adornos de plástico ou metal vulgarmente aplicados nas roupas, como é o caso dos botões e outros. Recentemente comprovado como tóxico e cancerígeno está a ser substituído por outro solvente sem toxicidade: o hidrocarboneto. Este solvente não tem restrições em nenhum país do mundo e é totalmente inofensivo para com o meio ambiente. Já é possível encontrar lavandarias onde esta tecnologia se encontre disponível, nomeadamente na zona de Leiria. Mas ainda são escassas, porque ao contrário de alguns países Europeus onde o percloroetileno já foi proibido, em Portugal e ao sector das lavandarias e aos consumidores deste serviço no geral, falta conhecimento e formação. A formação em lavandaria no nosso país é facilitada pelas firmas que vendem os equipamentos para o sector e não é certificada. Muito á a fazer ainda para dotar este sector das técnicas e dos conhecimentos necessários a uma actividade esclarecida e empenhada.
Ângela Flor
Formadora

terça-feira, 2 de agosto de 2011

A lavagem da roupa

O processo de lavagem da roupa está associado a vários factores como:
• A temperatura da água: a água quente amolece as sujidades e tem maior poder de dissolução;
• A duração do ciclo de lavagem:o aumento do tempo de lavagem beneficia as sujidades impregnadas;
• A acção mecânica: exercida pelo movimento do tambor da máquina possibilita a remoção de sujidades elimináveis por agitação;
• A acção química: desempenhada pelos detergentes e outros aditivos de similar importância é essencial em sujidades elimináveis por emulsão como o caso das gorduras, ou por descoloração no caso do café e do vinho, que tingem as fibras dos tecidos.
É do perfeito equilíbrio entre estes quatro factores que depende a tão almejada eficácia da lavagem juntamente com a garantia de protecção dos tecidos. Contudo, não há qualquer benefício no agravamento de nenhum destes factores. O aumento da temperatura acima dos 40º não beneficia a remoção das sujidades, o aperfeiçoamento dos detergentes para uso profissional atingiu um patamar que permite lavagens a temperaturas entre os 30º e os 50º com resultados completamente satisfatórios, respeitando os tecidos e diminuindo os custos de energia. O mesmo se passa ao nível do branqueamento com lixívia, a sua actuação é mais eficiente em água morna (cerca de 30º) do que em água fria, mas acima dos 35º desgasta os tecidos, diminuindo o seu tempo de vida útil.
Também a dosagem exacta dos produtos de lavagem garante uma maior vida útil às roupas e elimina desperdícios. A função dos equipamentos complementares como é o caso das bombas doseadoras, permitem a alimentação automática das máquinas de lavar. São sistemas de fácil instalação e manutenção que registam todos os dados operacionais, como o número de lavagens, os programas utilizados e a quantidade de químicos consumidos, o que permite controlar a cada momento o custo por quilo de roupa lavada.
Ângela Flor

quinta-feira, 28 de julho de 2011

As lavandarias hoteleiras


A opção de um hotel aliar a todos os seus serviços uma lavandaria é sem dúvida a melhor atitude, segundo o meu ponto de vista, seja qual for o tamanho da unidade hoteleira. Até porque o provimento dos equipamentos pode e deve ser calculado em função do volume de roupa a tratar, desta forma o investimento é sempre rentável.
Possuir uma lavandaria própria apresenta várias vantagens, entre elas:
• A lavagem da roupa é realizada com muito mais cuidado do que numa lavandaria externa;
• A escolha de químicos (detergentes) de qualidade testada e certificada garante maior segurança e durabilidade das roupas;
• O controlo da roupa é muito mais eficiente, tanto em relação ao número de peças como á durabilidade das mesmas;
• A possibilidade de gerir o horário da lavandaria em função da necessidade de reposição da roupa limpa;
• O controlo de custos resultante da utilização de métodos e técnicas de lavagem correctos, bem como a gestão de gastos através de equipamentos complementares de custo reduzido.
Contudo, para que todos estes objectivos sejam atingidos é necessário que os funcionários possuam formação específica na área, que em Portugal é praticamente inexistente. O Curso de Educação e Formação de Adultos Empregado/a de Andares ministrado pela Insignare têm 175 horas de lavandaria, o que permite facultar aos formandos conhecimentos técnicos que fazem deles futuros profissionais aptos a implementar medidas práticas que visem atingir melhores resultados e diminuir custos num sector onde a aposta na formação fica muito aquém das reais necessidades.
Na minha perspectiva, uma formação de qualidade em contexto de trabalho permitiria não só transmitir conhecimentos fundamentais ao bom desempenho laboral dos funcionários, como também garantir a qualificação profissional num sector com responsabilidades acrescidas como é o turismo.

Ângela Flor.
Formadora

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A Energia Fotovoltaica


Na União Europeia, Portugal está depois da Grécia e de Espanha, como o país com maior potencial de aproveitamento de energia solar. Aproximadamente 2300 horas/ano de insolação na Região Norte e 3000 horas/ano no Algarve. Colocando o nosso país numa situação beneficiada para o desenvolvimento deste tipo de energia, não se verificando a mesma.
Longe do elevado investimento inicial, a insuficiência e falta de adequabilidade dos incentivos que têm vindo a ser atribuídos, a deficiência de regulamentos específicos e de normas de qualidade aplicadas aos instaladores (Qualidade que está a ser combatida na nossa escola) e aos equipamentos, têm dificultado o desenvolvimento das aplicações fotovoltaicas no nosso país. Mas ainda com estes baixos resultados, é bastante compensatório existindo ainda um payback num espaço temporal aproximadamente de cinco anos, sendo um resultado já considerado muito bom.
A energia fotovoltaica (EF) é uma das melhores fontes de energia renováveis. Tendo como grande vantagem a quase ausência de poluição, cheiros ou ruídos, bem como uma baixa manutenção.
A EF ainda com um rendimento baixo mas continuamente em melhoria no seu índice de conversão de energia solar em energia elétrica. O custo de produção dos painéis é outra desvantagem.
A EF é bastante diversificada quanto à sua aplicação, ou seja, permite o fornecimento de energia elétrica a lugares remotos, onde os custos da instalação elétrica são elevados ou existe, mesmo, impossibilidade de uso de tecnologias mais convencionais.
Estes sistemas são ainda autónomos e usados no bombeamento de água, sinalização, alimentação de sistemas de comunicações, etc. A energia fotovoltaica pode, ainda, ser usada em sistemas de micropotência, como relógios ou máquinas de calcular, ou integrada em edifícios, com reduções de custos construtivos e energéticos, podendo a energia produzida além da consumida ser vendida à companhia elétrica. Uma aplicação ainda em fase de investigação é a dos veículos apesar de haver já uma série de protótipos.

Vantagens da Energia Solar Fotovoltaica:

Produzir eletricidade sem poluição ou consumo de combustíveis;

A inexistência de componentes móveis, sendo a duração dos módulos muito elevada, podendo chegar aos 40 anos. No caso dos sistemas isolados, como necessitam de baterias de acumuladores, e uma vez que as baterias têm uma vida útil entre os 5 e 10 anos então, vão ter de ser substituídas neste período.

A disponibilidade de Sol em praticamente todos os locais do Planeta;

A modularidade, que permite fazer unidades de produção de qualquer tamanho.

Bruno Silva,
Formador de Energias

terça-feira, 21 de junho de 2011

Visita de Campo a uma obra


No âmbito da disciplina de “Operações de Manutenção e Reparação de Estruturas de Alvenaria” a turma dos EFA de Ourém da Escola Profissional de Ourém, realizou-se no passado dia 27/05/2011 uma visita de estudo a uma obra de construção civil, tendo como empreiteiro geral a empresa Terraços da Cidade – Construções, Lda.. Esta visita decorreu em Leiria, numa obra de dois blocos, cada um com 8 pisos, duas caves de estacionamento, 1 piso de comércio/serviços, quatro pisos de habitação e um piso de arrumos, um em fase de acabamentos e o outro em início de revestimentos. O objectivo desta visita foi proporcionar aos alunos um contacto directo com os processos de construção, ferramentas e materiais. Foi concretizado o objectivo ao se visualizar os materiais e ferramentas dos processos de assentamento de alvenarias, execução de revestimento em estuque, assentamento de ladrilhos, execução de tectos em gesso cartonado, execução de betonilhas, roços, montagem de andaimes e isolamentos. Os alunos tiveram oportunidade para esclarecer algumas dúvidas com o Eng.º Miguel Pereira, administrador da empresa, que ao longo da visita nos acompanhou dando diversas explicações e proporcionando exemplos práticos.
Eunice Ferreira, Formadora.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Housekeeping


"O Segredo é Valorizar as Pessoas"
Grande parte das empresas ainda persiste num processo de identificação de talentos, baseado apenas no reconhecimento de competências técnicas, com pouca ou nenhuma preocupação com a valorização humana como estratégia de gestão. É bem possível que neste preciso momento alguém esteja a entrar no seu quarto de Hotel e olhe ao seu redor completamente surpreendido com o aspeto limpo, higienizado,arrumado, cuidado e valorizado sentindo-se um cliente confiante, seguro e satisfeito pelo serviço adquirido. Acabando muitas vezes por felicitar o excelente serviço prestado pela equipa de Housekeeping (a), e é a si que o deve. Sim, a si que hoje foi pró-ativa, empenhada,dedicada na melhoria contínua e acrescentando valor ao seu trabalho e à sua empresa. Não é por acaso que é consensual afirmar que o crescimento económico de uma qualquer empresa vem acompanhado por um projeto definido de valorização de todos os colaboradores diretos e quando o capital humano passa a ser valorizado e incluído em termos de política, a satisfação de cada um destaca-se numa escala crescente e o seu envolvimento traduz -se na satisfação de todos os que fazem parte do projeto. É por estes e outros fatores que a gestão de topo necessita com urgência dedicar um novo olhar sobre quem gera valor na sua empresa e focar a sua atenção numa Secção(b) por vezes tão banalizada e que é determinante para a satisfação do cliente versus serviço na escolha preferencial desta ou de outra unidade hoteleira.

“Todo o apreço e dedicação que consagramos aos nossos colaboradores são retribuídos sob a forma de fidelidade, entusiasmo e dedicação total.” “O melhor minuto que despendo é aquele que invisto nas pessoas.” “ Os objetivos dão início a comportamentos as consequências mantêm comportamentos.” Ir ou Não ir O compromisso de trabalhar e viver com qualidade – Francisco Muro

Conceitos
(a)HouseKeeping–Secção de um hotel responsável pela limpeza, arrumação e manutenção das zonas de hóspedes, zonas de serviço e áreas públicas.

(b)
Secção de Housekeeping
Carla Fino

terça-feira, 10 de maio de 2011

INSIGNARE implementa pólo de formação na Freixianda

No dia 9 de maio, celebrou-se um protocolo de cooperação entre a INSIGNARE, o Município de Ourém, o agrupamento de Escolas da Freixianda e as Juntas de Freguesia de Casal dos Bernardos, Formigais, Freixianda, Ribeira do Fárrio e Rio de Couros, com vista à instalação de um pólo de formação inicial e continua na zona norte do Concelho.

Este novo pólo de formação ficará instalado no edifício da Escola Básica N.º 1 da Freixianda que ficará desocupadO aquando da transferência para o novo centro escolar em construção, já a partir do próximo ano letivo. Até lá, funcionará provisoriamente na Junta de Freguesia da Freixianda, com início no dia 16 de maio (segunda-feira), local onde estará duas tardes por semana um técnico da INSIGNARE para esclarecimento de dúvidas, inscrições e encaminhamento das pessoas que aí se dirijam.

O objetivo de constituição deste pólo de formação, envolvendo todos os parceiros acima mencionados, possibilitará um agrupar de sinergias com o intuito de levar às zonas mais interiores do Concelho de Ourém a possibilidade de usufruir de um conjunto de oportunidades formativas até agora centradas apenas na sede do Concelho ou dinamizadas em centros com maior densidade populacional como Fátima.

Especificamente o Pólo permitirá o reconhecimento e validação de percursos escolares e profissionais (através do Centro Novas Oportunidades), o desenvolvimento de formações direcionadas às necessidades específicas destas populações (através do Centro de Formação Contínua) e ainda o desenvolvimento de cursos de educação e formação de jovens, utilizando o know how das duas escolas profissionais propriedade da INSIGNARE (Escola Profissional de Ourém e Escola Profissional de Hotelaria de Fátima) no que respeita ao desenvolvimento de cursos com forte cariz tecnológico e prático, muito direcionados à inserção no mercado de trabalho.

Este novo pólo formativo incorporará ainda a valência de apoio à inserção profissional dinamizando uma bolsa de emprego que tentará adequar ofertas e procuras de emprego.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Ideias-Chave

Ditados populares como: <Quem quer peixe, molha o rabo!>, <Nada de constante existe senão a mudança.>,,pinheiro mais alto é aquele que o vento agita mais vezes.>, <Ser é melhor que parecer.> e <Ética é a liberdade em acção.>, marcaram as diferenças entre ser negociante/comerciante do ser empresário/ empreendedor, na nossa última sessão de Cidadania e Empregabilidade (CE). E foi esta sessão que me inspirou a presente partilha!..

Nesta área-chave - CE - tenta-se falar de (quase) tudo o que envolve a sociedade. O civismo de que dela faz parte, a consciência e acção social, a ética e deontologia profissional, o poder da palavra, o Saber-Ser e o Saber-Estar, a democracia participativa, os deveres e direitos cívicos, a conjuntura actual, a modernização, a sustentabilidade do planeta Terra, entre outros, são palavras e ideias-chave que constroem a esfera de uma conduta moralmente integrada e sustentada, capaz de produzir boas práticas e promover a proactividade de cada um dos formandos. O facto de poder dar formação nesta área fez-me entender melhor o que nos rodeia e procurar respostas, a curiosidades sustentadas, no mais simples gesto ou situação concreta. Tento sempre desenvolver, nos formandos do curso “Empregado/a de Andares”, a auto-imagem, a capacidade de agir sem a urgente aprovação dos “outros”, a competência do saber ouvir e do saber dizer “não”, a aptidão de não ajuizar com precipitação, e, acima de tudo, aumentar o poder reflexivo e crítico, procurando em primeiro conhecer-se a si próprio. São aspectos (e até parâmetros) que todos nós deveríamos cultivar e sustentar ao longo da nossa vida, mantendo o equilíbrio entre o ser pessoal e profissional. Grata pela Vossa atenção!

“Não mude as circunstâncias para melhorar a sua vida. Mude-se a si mesmo para melhorar as circunstâncias” insuplemento da revista DIRIGIR n.º 111(2010).

Cátia Ferreira

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Ser Cidadão como extensão do Ser Humano

2011 vai ser o ano dedicado pela Europa ao Voluntariado e Cidadania Ativa. Esta temática permitirá trazer de volta e ao mesmo tempo estabelecer uma ligação ao tema do Ano Europeu de 2010 Combate à Pobreza e Exclusão Social.
Durante todo o ano passado, foram realizadas um pouco por toda a Europa, assim como no nosso país, inúmeras atividades para assinalar com rigor este tema. Contudo, é de referir que esta é uma iniciativa que não pode, nem deve ficar ficar “para trás” como o ano de 2010. Não nos podemos distanciar da importância do tema da exclusão social e da pobreza e da nossa responsabilidade enquanto sociedade, se por mais não fosse, porque o nosso contexto nacional não o permite.
Todos os dias, ao vermos as notícias que chegam até nós quer pelos jornais, quer pela televisão, quer simplesmente por conversas que ouvimos de conhecidos ou desconhecidos, somos confrontados com o facto de vivermos num Portugal onde o número de desempregados aumenta a cada dia que passa, trazendo consigo um agravamento significativo da pobreza a vários níveis.
Há no entanto que não esquecer que este tema não é novo, não é recente e não é só típico de Portugal. Em Setembro de 2000 as Nações Unidas apresentaram a proposta dos Objetivos do Milénio adotada por 191 estados membros em que se comprometiam de entre muitos outros propósitos, a reduzir para metade os casos de pobreza extrema até 2015.
Contudo, fazendo uma análise à atualidade por nós vivida, atrevo-me a dizer que tem faltado firmeza por parte de muitos líderes políticos para assumir o compromisso que assinaram. No entanto, temos de acreditar que a solução passa por cada um de nós iniciar a sua própria batalha individual para superar e resolver este tipo de situações e problemas que não são só dos outros mas que acabam também por ser nossos.
Assim, é imperativo continuar com a luta, é imperativo que tomemos consciência do que significa efetivamente ser-se cidadão e em última instância, ser-se Ser Humano. É certo que ser cidadão é ter noção dos seus direitos e lutar por estes, porque só lutando se conquistam ideais, no entanto, ser cidadão é também percebermos que temos deveres, e um desses deveres sem dúvida que passa por ajudarmos os outros, os mais necessitados, os que passam fome, os que não têm onde dormir, os que não têm possibilidade de ter uma educação digna.
O escritor alemão Hermann Hesse disse que “se temos a possibilidade de tornar mais feliz e mais sereno um ser humano, devemos fazê-lo sempre”, e é com esse tipo de pensamento e de atitude que nos tornaremos verdadeiramente Seres Humanos.
Há ainda um longo caminho a percorrer para alcançar as metas há muito propostas, para resolver todos os problemas que nos assolam, mas se houver vontade de intervir, de ajudar, se houver vontade de se ser um bom cidadão, um bom Ser Humano, este caminho será sem dúvida menos sinuoso.
Gisela Margarida S. Quartau

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O que fazer pela minha região?

Procurar respostas para a questão que titula este texto, foi o objectivo de recente reunião organizada pela ADLEI – Associação para o Desenvolvimento de Leiria, que se realizou nas magníficas instalações do M|I|MO. Dividido em 4 blocos, os contributos analisaram a nossa realidade e procuraram respostas para o que se deve fazer, o que se está a fazer e o que se pode e vai fazer pela região. Investigadores, associações empresariais, entidade regional de turismo, ensino superior, associações autárquicas, deputados, jornalistas e associados da ADLEI, procuraram definir os principais constrangimentos e linhas de potencial desenvolvimento. Independentemente das conclusões que brevemente a ADLEI apresentará, aproveito este oportuno espaço para fazer a minha leitura sobre tudo aquilo que ouvi. Leitura pessoal, como não podia deixar de ser. O maior constrangimento daquilo a que designamos por “região de Leiria” é que ninguém sabe muito bem ao que nos estamos a referir. Poderá lutar-se pela afirmação de uma região que não consegue identificar o seu próprio território? Corresponderá ao distrito? Ao Pinhal Litoral? Ao território da agora designada Entidade Regional de Turismo? Inclui o concelho de Ourém? Tão grave como não saber qual a verdadeira área de abrangência deste território, é ele não ter um núcleo urbano que verdadeiramente o lidere. Que pelo seu peso populacional, económico e político, mas sobretudo pelas dinâmicas que provoca no espaço envolvente, assuma indiscutivelmente o estatuto de líder. Aqui a resposta parece óbvia. É de Leiria que estamos a falar. Mas e em boa verdade, que impactos conseguiu Leiria provocar no território que institucionalmente lidera (o distrito)? E será que algum dos municípios mais próximos, os da Região de Leiria (ou será que devemos dizer da Alta Estremadura), se revê nesta liderança de Leiria? Território totalmente pulverizado por todo o tipo de divisões e em permanente perda de protagonismo e de estruturas públicas de apoio resta-lhe a proposta de um atento participante. Coordenação, Parceria, Liderança. E quem deverá liderar? Uma agência de desenvolvimento, eventualmente decorrente de uma evolução, nesse sentido, da ADLEI. Concordo. Porque não a pluralidade desinteressada de uma associação cívica? Quem melhor (e mais barato) pode reunir a massa crítica existente nos vários domínios e através de um espaço sistemático de reflexão, promover uma fusão de interesses e objectivos que permitam caminhar num único sentido. Um sentido colectivo que resulte de opções globais e não do somatório das pequenas opções municipais. Um verdadeiro rumo que não se perca a copiar modelos existentes e se compare com a vizinhança, mas que assuma padrões internacionais de referência e permita pensar Leiria como uma Região de Excelência. E até aí e a partir daí pensar GRANDE. Acreditar que o Politécnico, pela sua qualidade, tem que ser uma Universidade. Que é urgente instalar na nossa Região o Novo Aeroporto do Centro. Que os municípios devem fundir a sua representatividade associativa regional numa única entidade e que devem intensificar a sua capacidade de cooperação. Que a Região precisa de um Centro de Congressos de nível e dimensão internacional. Que a requalificação da Linha do Oeste é fundamental. Que o problema da poluição suinícola é a maior chaga para a qualidade de vida e imagem da Região. Sobretudo estancar a constante perda de protagonismo institucional e de tudo aquilo que o Estado teima em levar para outros lados. Apostar na nossa maior riqueza, as Empresas, e com elas garantir desenvolvimento e emprego. É possível concretizar tudo isto, basta querermos!

Francisco Vieira

Diretor Executivo da INSIGNARE
In Jornal de Leiria, de 24 de Março de 2011