quarta-feira, 25 de julho de 2012

O perigo de escolher cursos que estão na moda

QUANDO UM MECÂNICO GANHA MAIS QUE UM CHEFE DE COZINHA

Restrinjo este meu breve pensamento apenas aos cursos profissionais de nível IV. Porque são privilegiadamente aqueles com que trabalhamos nas escolas Insignare, porque são os que melhor conheço. Todos os anos assistimos a momentos de elevada indecisão e expectativa por parte dos jovens que nos procuram. 

Com uma média de idades a rondar os 15/16 anos, são colocados perante o dilema de optar por um curso que na generalidade marcará definitivamente a continuidade do seu percurso académico a nível superior ou o abraçar de uma profissão para boa parte da vida. Sim, apenas para boa parte, porque isto de profissões para a vida é coisa que me parece já não existir. E é neste momento tão decisivo das suas vidas que os jovens são confrontados com uma imensa diversidade de opções, algumas delas ajustadas à formação dos docentes existentes nas escolas e propostas apenas com a finalidade de garantir a manutenção dos postos de trabalho, outras enquadradas em discutíveis critérios superiores que definem a sua prioridade, outras tão só, porque estão na moda e garantem uma forte adesão por parte dos jovens. 

E é sobre este último aspecto que agora me importa refletir. Já lá vão vinte anos em que aqui iniciámos a oferta de formação nas áreas da Hotelaria e do Turismo. Relembro a relativa facilidade com que conseguíamos a adesão de alunos para o curso de Receção, menos para o curso de Restaurante/Bar e era tarefa quase impossível convencer um jovem (e sobretudo a sua família) de que a profissão de Cozinheiro tinha bons níveis remuneratórios e uma grande empregabilidade. Duas décadas depois como é tão diferente a realidade. O mediatismo conseguido pela área de Cozinha colocou a profissão e os cursos que a ela conduzem no topo das preferências e basta analisar os dados recentes na Escola de Hotelaria de Fátima. Para trinta vagas disponíveis no curso de Cozinha/Pastelaria inscreveram-se cem jovens. Mas o verdadeiro problema não está na forte adesão verificada na EHF, que por sinal é uma escola especializada nas áreas da Hotelaria, Restauração e Turismo, o problema está na multiplicidade de ofertas que pulverizam o território nacional. 

Corre-se o sério risco de que a médio prazo a oferta de trabalho exceda largamente a procura e que uma profissão reconhecida e razoavelmente remunerada perca tudo aquilo que lhe custou tanto a conseguir. E tudo por excesso, por mediatismo, por moda. Em simultâneo oferecemos na Escola Profissional de Ourém os cursos Manutenção Industrial e Metalomecânica. Garantem plena empregabilidade e níveis remuneratórios médios semelhantes a um Chefe de Cozinha. A oferta por parte das escolas é escassa e a procura dos alunos relativamente baixa. O curso de Metalomecânica consegue até o feito heróico de ter na EPO a única oferta de todo o território de Lisboa e Vale do Tejo. E tudo isto porque não estão na moda. 

Vivemos hoje tempos difíceis e por isso aconselho os jovens a analisarem bem todas as ofertas que têm ao seu dispor, recolhendo toda a informação e aconselhando-se com aqueles em que mais confiam. E sobretudo que não embarquem em facilidades e modas.

Francisco Vieira
Diretor Executivo da Insignare

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Terceira reunião do projeto internacional GRUNDTVIG (Educação de Adultos), coordenado pela INSIGNARE

Realizou-se na passada semana, em Bangor, País de Gales, a terceira reunião do projeto internacional INCLUSIVE – Involving New Communities of Learners Using Socially Inclusive Virtual Environments. É apoiado pelo Programa Aprendizagem ao Longo da Vida, através da Agência Nacional PROALV. Dedicado à Educação de Adultos, este projeto com oito países (Alemanha, Hungria, Letónia, Lituânia, Polónia, Portugal, Reino Unido e República Checa, coordenado pela INSIGNARE, tem como objetivos principais: a)Desenvolver as competências digitais dos formandos adultos e dos formadores; b)Transferir a parte lúdica da internet para a aprendizagem on-line; c)Encorajar a inclusão digital com ajuda passo a passo no processo de aprendizagem; d)Promover a aprendizagem colaborativa. Em vários dias de intenso trabalho, sempre numa ótica de partilha de conhecimento, destacaram-se as seguintes atividades, onde se estruturaram diversos produtos educativos, a serem agora utilizados por cada parceiro, adaptando-os às suas realidades: 1)No âmbito de um workshop de elearning, um exercício de brainstorming, designado "what's in your bag?", onde o orador solicitou que cada país indicasse quais os softwares que são mais utilizados para a comunicação pedagógica online com os seus formandos - era necessário descrever o que cada um fazia, quais os seus pontos fortes e fracos, custo e respetivo link, para que quem o desconhecesse pudesse experimentar. De referir que foi um exemplo prático de trabalho colaborativo, pois os diferentes grupos trabalharam online no mesmo ficheiro, através duma ferramenta gratuita - o Google Docs. Enorme aprendizagem decorrente das explicações que cada parceiro revelou, pois apesar de usarmos diferentes softwares, vários são os que se destinam ao mesmo objetivo. Todavia, conhecemos outros que, na opinião do membro português da equipa GRUNDTVIG, José Carlos Alves, são inovadores e podem vir a ser utilizados nas diversas áreas educativas da INSIGNARE. 2)Uma apresentação, pelo anfitrião Galês, denominada YOU 2.0, com ferramentas para a Web 2.0, onde se indicaram vários softwares que não se anulam mas complementam-se. 3)Um outro workshop, também interessante e útil, relativo a ferramentas para webinários (seminários via web), onde ao ser-nos requerido que indicássemos quais daquelas ferramentas gostaríamos de ter, a equipa portuguesa, fazendo jus à nacional génese insatisfeita e criativa, propôs uma inversão do raciocínio, lançando o mote para uma discussão viva e cuja divisa, assumidamente baseada em John Kennedy, foi reputada pelo orador como a base para o elearning: «Can we discuss what we want the learners to be able to do, instead? What do we need from web seminar tools, not what web seminar tools do we need”. 4)Novamente baseados no Google Docs e no trabalho colaborativo, os vários parceiros identificaram quais as competências necessárias a deter por um formando digital (“What skills do we need?”), para utilização de plataformas digitais e aplicações web 2.0. Todos os intervenientes estiveram de acordo para a necessidade urgente da mudança das mentalidades dos formadores, para uma melhor adaptação às novas tecnologias e ferramentas web 2.0. 5)Apresentação e debate de uma matriz comum de elaboração de cursos, presenciais e em elearning. Esta matriz foi elaborada pela equipa portuguesa, ao longo de várias semanas de trabalho, e previamente enviada aos parceiros. Na discussão sobre ela, salienta-se a grande qualidade do contributo do parceiro Checo, o qual vai permitir melhorar a qualidade da versão final. Podemos, por isso, retirar duas conclusões: a primeira, mais orgânica, é que este está a ser um projeto onde a participação Portuguesa está a demonstrar ser inegavelmente benéfica, quer pelo intercâmbio de conhecimentos, quer pela projeção do que de bom é feito por cá, quer pela criação de novos documentos enquadradores da formação de adultos. É indubitável que os produtos e atividades desenvolvidos vão ajudar a melhorar o serviço que a INSIGNARE presta aos seus Clientes, nesta área. A segunda é mais de cariz mais macro. A participação portuguesa neste projeto tem servido também como projeção do que fazemos em Portugal. Em oito parceiros somos tidos como uma manifesta mais valia pelos exemplos que levamos, pela proatividade das nossas comunicações. Tem sido percetível, mesmo e sobretudo nos participantes de países mais desenvolvidos que o nosso, a surpresa e mesmo admiração por algumas das soluções implementadas, quer na INSIGNARE, quer a nível nacional. Muitos problemas são comuns, não sendo apenas exclusivos de um país. Mais uma vez, a nossa imagem interna – o que se faz lá fora é que é bom! - não corresponde, de todo, à verdade.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A importância da liderança no sucesso das organizações

"A execução da autoridade vai-se esbatendo com o tempo e com a empatia que se cria. Uma pessoa chega e mostra quem é e o que pode fazer, afirma-se e estabelece regras. A liderança toda a gente deve senti-la e ninguém a ver."



Cito José Mourinho, um dos melhores treinadores de futebol do Mundo e certamente uma das figuras portuguesas mais reconhecidas internacionalmente. Para além da sua competência técnica, sustentada num ascendente e discreto percurso de aprendizagem, acredito que o seu sucesso deriva da sua inquestionável capacidade de liderança. Voraz na defesa dos seus jogadores e das organizações onde trabalha, assume isoladamente todos os riscos em plena peleja e sabe discretamente afastar-se nos momentos de vitória e consagração. Dá o peito às balas na mais acesa refrega, distraindo com isso os adversários para o essencial da questão, ultrapassando amiúde, regras básicas de boa educação e cordialidade entre pares. Por vezes, tantas vezes, parece valer tudo. E vale. De forte personalidade, cria regras que religiosamente obriga a cumprir, independentemente da importância dos seus colaboradores e parece dizer sempre, quase sempre, o que pensa. Ou pelo menos aquilo que naquele momento e em função de um determinado objetivo lhe parece conveniente dizer. Consegue rapidamente passar do centro de todas as atenções e de todos os ódios, para momentos de máxima discrição e completa serenidade. E como ele próprio afirma, a liderança é algo para ser sentido e muito pouco para ser visto. Aprecio-o a capacidade de liderança de José Mourinho e longe de aspirar a qualquer tipo de comparação, muito me identifico com ela. Desde jovem e sobre estas coisas de mandar e ser mandado, aprendi que os colaboradores são normalmente o espelho do seu líder. E que as organizações prosperam e consolidam-se na qualidade e intensidade da sinergia que se consegue atingir. Entre uns e os outros. Se a isto adicionarmos a consciência de um projeto comum, a humildade para saber ouvir e uma denodada capacidade de trabalho, temos organização e futuro.

Francisco Vieira
(presidente da direção da Associação Empresarial Ourém – Fátima)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Cerimónia de Entrega de Certificados do Centro Novas Oportunidades e do Centro de Formação Contínua da Insignare

Breves palavras.
Cumprimento todos os presentes, com especial atenção os convidados que nos honram com a sua participação neste ato que intitularia de solene. Esta Cerimónia de Entrega de Certificados do Centro Novas Oportunidades, que nesta data comemora 10 anos de atividade, e do Centro de Formação Contínua da Insignare
Num momento em que o esforço desenvolvido ao longo desta última década é colocado em causa, quer nos seus objetivos, quer na qualidade do trabalho desenvolvido, penso ser de atenta oportunidade agradecer o empenhamento de todos aqueles que ao longo dos últimos 10 anos colaboraram no CNO da Insignare.
Para todos eles, diretores, coordenadores, formadores, profissionais de RVCC, administrativos, um muito obrigado em nome da Direção da Insignare pela dedicação que colocaram nesta causa. Sentimo-nos honrados pelo vosso desempenho, pela qualidade dos procedimentos desenvolvidos, pelas metas excelentes que sempre conseguiram atingir. Para todos e como prova de reconhecimento, peço uma calorosa salva de palmas.
Mas todo o esforço desenvolvido pelo CNO da Insignare ao longo dos últimos 10 anos, só se justifica pelo impacto positivo e pela valorização pessoal e profissional de todos aqueles que corajosamente decidiram voltar à escola e acreditaram como é importante uma constante e imensa disponibilidade para aprender. Ao longo de toda a vida.
Para todos aqueles que como vós, tiveram a coragem de voltar à Escola, peço também uma calorosa e merecida salva de palmas.
Neste momento de grande indefinição para o projeto dos Centros Novas Oportunidades, cito o grande líder chinês, Mao Tse-Tung:
“A autossatisfação é inimiga do estudo. Se queremos realmente aprender alguma coisa, devemos começar por libertar-nos disso. Em relação a nós próprios devemos ser ‘insaciáveis na aprendizagem’ e em relação aos outros, ‘insaciáveis no ensino.”
Estranhas devem ser estas palavras para aqueles que hoje questionam a oportunidade deste tipo de cerimónia. Para aqueles que certamente por nunca terem participado em nenhuma, não conseguem ainda compreender a importância da imensa satisfação pessoal de todos aqueles, que por razões diversas da vida não o puderam estudar no tempo próprio. Bastaria ver os sorrisos nervosos, a presença orgulhosa de familiares e amigos, o entusiasmo com que recebem os certificados, as histórias que connosco partilham.
Acredito que bastaria isso para ajudar a mudar muitas opiniões. E por acreditar na importância social deste projeto, a Direção da Insignare decidiu apresentar uma nova candidatura de apoio à continuação deste serviço. Considerando a qualidade e quantidade do trabalho desenvolvido ao longo dos últimos 10 anos, não tememos o resultado final. Em face das limitações financeiras que este tempo nos impõe, que fiquem os melhores e garantidamente nós estaremos entre eles.
Muito obrigado a todos.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A CENTRALIDADE DE OURÉM (III)

Termino hoje este solitário exercício. Releio os textos anteriores e relembro os dados que fui comparando. População, número de empresas, volume de negócios, número de trabalhadores, número de estabelecimentos hoteleiros, camas instaladas e dormidas vendidas. Abordei os territórios que compreendem o Pinhal Interior Norte, Pinhal Litoral e Médio Tejo. Conclui que considerando as áreas antes enunciadas, o concelho de Ourém ocupa uma terceira posição em matéria de população e actividade económica e uma posição cimeira no que ao turismo diz respeito. Admiti que algumas destas conclusões não fossem assim tão óbvias para a generalidade dos leitores, perspectivando alguma injustiça numa equilibrada distribuição do investimento público. Não sendo essa a motivação inicial, tentei encontrar dados, sistematizados, que me permitissem confirmar esse desequilíbrio. Em boa verdade, não os consegui encontrar e aqueles a que tive acesso respeitam o peso dos dados anteriormente referidos. Não quero com isto dizer que não sinta ou pressinta, que nesta matéria existiram dois pesos e duas medidas. Basta olhar para a área da saúde e confirmar quanto foi esquecido o concelho de Ourém. Tendo mais população e criando mais riqueza e emprego que Tomar, Torres Novas e Abrantes não possui nenhum hospital a exemplo do que se verifica nestes concelhos. Ou até como Pombal que podendo ser equilibradamente comparado com Ourém, possui esse tipo de fundamental infra-estrutura. Que critérios presidiram a estas decisões? Num tempo em que se fala na necessária redução de custos na área da saúde, defende Ourém que o seu Centro de Saúde não passe a encerrar no período nocturno e procura meios, que parecem não existir, para a aquisição de ambulâncias que garantam cuidados adequados no transporte dos seus munícipes. Defende-se a autorização que permita aos ourienses serem preferencialmente transportados para o Hospital de Leiria, em detrimento de longas e incompreensíveis deslocações para Tomar ou Abrantes. Nesta matéria parece-me que continuamos a falar muito baixo, não conseguindo fazer ouvir a dimensão da injustiça e a nossa indignação. Admito que tal se ficou a dever à nossa incapacidade reivindicativa, à força dos nossos líderes políticos, à inexistência de um sentido colectivo, ao posicionamento territorial onde nos inserimos.

Ao procurar encontrar e afirmar uma centralidade para Ourém, reconheço que o posicionamento de charneira que nos caracteriza e que por vezes nos faz parecer uma desvairada bola de pingue-pongue, saltitando entre entidades, de raiz e objectivos iguais, a Norte e a Sul, nos tem fortemente prejudicado. Considero de um bacoco provincianismo, aqueles que ao longo de anos defenderam esta postura de esperteza saloia. Sempre acreditei na dimensão aglutinadora de Leiria nas dinâmicas deste território, mas muito pouco vi fazer a Leiria para afirmar a sua incontestada liderança. E é essa incapacidade, que me parece querer manter-se, que deverá levar Ourém a procurar o seu próprio espaço, a sua dimensão de centralidade. Aguardo com expectativa trabalho encomendado pelo Município de Ourém que abordará certamente esta matéria. Talvez que uma visão exterior nos permita ver aquilo que continuadamente temos ignorado. Resta-me essa esperança.


Francisco Vieira
Presidente da direção da ACISO


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A CENTRALIDADE DE OURÉM (II)

Admiti ser este o último texto sobre o tema que titula este espaço, encerrando este esforço solitário e certamente pouco motivante para quem se arrisque a lê-lo. A ideia era fechar esta análise comparativa entre Ourém e os concelhos do Médio Tejo, Pinhal Litoral e Pinhal Interior Norte, procurando perceber melhor a realidade e as potencialidades do “meu” concelho, denunciar as injustiças de que tem sido alvo em termos de uma distribuição equilibrada do investimento público, mas e sobretudo, tentar compreender se Ourém, por tudo aquilo que foi e é, assume ou pode vir a assumir uma centralidade motora no desenvolvimento dos territórios enunciados ou de outros que lhes são vizinhos. Mas acabei por não assumir este como o último texto, porque admiti que se justifica, pela sua importância económica, social e cultural, uma abordagem a um setor específico, o Turismo. O último será então o próximo, o das injustiças e da eventual centralidade. As dificuldades financeiras que atravessa a Entidade Regional de Turismo Leiria-Fátima, têm motivado algumas afirmações e um reduzido debate sobre a importância deste organismo na gestão do território turístico composto pelos municípios de Leiria, Pombal, Marinha Grande, Batalha, Porto de Mós e Ourém, colocando mesmo em causa a necessidade desta entidade. Enquanto uns questionam a validade da reivindicação que levou o anterior Governo, no último minuto, a segurar este espaço administrativo, outros já lhe anunciam a morte e integram-no, em partes ou por inteiro, nos seus territórios. Sobre este assunto o meu pensamento já começa a ser velho e admito que já canse de tanto ser repetido. Sou completamente a favor da existência do Turismo de Leiria-Fátima, na prossecução dos seus objetivos estatutários de organização e qualificação do território turístico, defendo o reforço da aproximação à Associação Turismo de Lisboa, com vista a garantir uma mais poderosa promoção nos mercados externos, sou defensor de uma eventual fusão com o Turismo do Oeste, com o objetivo de se ganhar massa crítica e serem ultrapassadas as dificuldades financeiras que admito possam ser semelhantes e finalmente, penso que Leiria e a sua “região” ficarão a perder, caso continuem a olhar sonolentamente para este assunto. Mas se o que antes ficou dito é preocupante e me parece importante, nada melhor que olhar para os números e tentar sobre eles entender a realidade, com base em dados relativos a 2009. O concelho de Ourém, razão de ser destes nossos escritos, apresenta 40 estabelecimentos hoteleiros (aqui ainda divididos entre hotéis e pensões), um total de 5 838 camas e vendeu 505 011 dormidas. Se compararmos com os concelhos do Pinhal Litoral (Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós), na sua globalidade, encontramos um número ligeiramente superior de estabelecimentos (42), mas uma significativa redução no número de camas (3 482) e de dormidas vendidas (293 121). Relativamente ao Médio Tejo, na globalidade dos seus concelhos, apresenta 24 estabelecimentos hoteleiros, 1 556 camas e 142 461 dormidas vendidas. No que se refere ao Pinhal Interior Norte os valores são incomparáveis: 11 estabelecimentos, 671 camas, 61 733 dormidas. Em conclusão e somando a totalidade dos valores relativos aos concelhos que integram o Pinhal Interior Norte, Pinhal Litoral e o Médio Tejo, excluindo os de Ourém, verificamos que estes apresentam 77 estabelecimentos hoteleiros contra os 40 instalados no concelho de Ourém, que disponibilizam 5 709 camas contra as 5 838 disponíveis em Ourém e finalmente e porque é o dado que verdadeiramente interessa, venderam em 2009, 497 315 dormidas contra as 505 011 vendidas apenas em Ourém (convém referir o peso avassalador de Fátima nos dados referentes a este concelho). E sobre Turismo e a importância do concelho de Ourém nesta matéria, nada mais me resta dizer. Daqui a um mês tentaremos concluir.
Francisco Vieira
Presidente da Direção da Associação Empresarial Ourém - Fátima

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Projeto “INCLUSIVE – Involving New Communities of Learners Using Socially Inclusive Virtual Environments”

No âmbito do projeto “INCLUSIVE – Involving New Communities of Learners Using Socially Inclusive Virtual Environments”, aprovado no subprograma Grundtvig do Programa Aprendizagem ao Longo da Vida, decorreu na segunda semana de Outubro a primeira reunião.

Este projeto tem oito parceiros, contando com a INSIGNARE:

• ALADIN - Atbalsts un Resursi Mūžiglītībai (Apoio e Recursos para a Aprendizagem), uma Organização Não Governamental, na Letónia. É uma associação para a promoção, partilha e intercâmbio de recursos de aprendizagem, servindo de apoio para as redes de formadores que a procuram, nomeadamente recursos on-line e baseados em TIC;

• Kauno suaugusiųjų mokymo centras (Centro de Educação de Adultos de Kaunas), uma entidade pública local que fornece aprendizagem formal e informal a adultos, na Lituânia;

• Volkshochschulverband Baden-Württemberg, uma associação regional de 175 centros de educação de adultos na região de Baden-Württemberg, cuja capital é Estugarda, na Alemanha;

• Cartrefi Cymru Cyf é uma Organização Não Governamental Galesa, no Reino Unido, que desenvolve vários projetos formativos de apoio ao desenvolvimento da literacia, numeracia, TIC e competências pessoais nos trabalhadores da Economia Social no norte e centro de Gales;

• Iskolaegészségügyi Szakmai Műhely Közhasznú Alapítvány (Fundação Não Lucrativa para o Ensino da Saúde), uma fundação que desenvolve projetos educativos nas áreas específicas da Saúde e das TIC para os trabalhadores no setor da Saúde, localizada na Hungria

• Centrum Kształcenia Ustawicznego i Praktycznego (Centro para a Educação Contínua e Prática), uma associação regional pública Polaca de centros de educação de adultos;

• Vyšší Odborná Skola Publicistiky (Escola Superior de Jornalismo e Média), localizada na República Checa.

Organizada pelo parceiro Lituano, o Centro de Educação de Adultos de Kaunas, foi nesta cidade que os trabalhos decorreram.

Foram reuniões principalmente relacionadas com a parte organizativa e conceptual da parceria, visto ser a primeira reunião conjunta de todos os parceiros após a aprovação do projeto. De recordar que este é fruto da participação da INSIGNARE no Seminário de Contacto GRUNDTVIG, em novembro de 2010, no Reino Unido, onde os membros se conheceram e estabeleceram as bases da parceria.

Consequentemente, marcaram-se as datas definitivas para as restantes mobilidades, com exceção das que se realizarão em 2013, sofrendo o cronograma original algumas alterações, impostas por condicionalismos internos de alguns parceiros.

Porquanto o que mais demorou a debater tenha sido o tipo de rede social que iríamos utilizar ao longo da parceria, em virtude das vantagens e desvantagens que cada uma apresenta, os produtos a criar também foram objeto de abordagem intensiva. Ainda assim, destaca-se o facto de todas as decisões terem sido tomadas por unanimidade, o que num projeto com oito parceiros provenientes de realidades diferentes é sempre de realçar. Para culminar, detalhou-se o plano de trabalho a realizar até à próxima deslocação, à Letónia.

Todos estes resultados foram depois apresentados e discutidos na reunião da equipa deste projeto, composta pela Sónia Pereira, Coordenadora Operacional, Ana Marto, José Carlos Alves, Ricardo Lopes e Sérgio Fernandes.

Sérgio Fernandes
Coordenador Geral do Projeto