quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

EPO lança logótipo “20 anos de Ensino Profissional em Ourém”

A identidade institucional é a expressão visual da filosofia, da cultura de uma empresa, da imagem que ela pretende estabelecer e enfatizar junto ao seu público-alvo. Neste domínio a história da nossa instituição detêm expressão influente nas actualizações da sua imagem, por isso, no ano em que comemora vinte anos de existência, irá adoptar um logótipo que assinale o acontecimento. A concepção e desenvolvimento do logótipo “20 anos” procura evocar a expressão visual associada à origem deste projecto de ensino profissional, iniciado em Ourém há vinte anos atrás. Por isso recuperou alguns dos traços da identidade corporativa original, nomeadamente as cores verde, vermelho e preto. E inspirou-se na estrutura e linguagem formal de algumas das siglas que integravam o logótipo “EPO” acrescentando, contudo, alguns traços de “modernidade”, obtidos pelo ligeiro processo de estilização formal, a que fora submetido. Por outro lado procurou-se aliar o conceito de percurso “passado/presente”, ao dinamismo da actualidade, representado graficamente através de um arrasto de circunferências. Assim neste ano de comemoração dos vinte anos da nossa instituição, este símbolo será aplicado em variadíssimos suportes e aplicações patentes nas suas diversas iniciativas.

Carlos Mendes
Designer da Escola Profissional de Ourém

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Fórum Emprego e Formação

A decorrer nos dias 25 e 26 de Fevereiro, o Fórum Emprego e Formação organizado pelo Região de Leiria vai poder contar com a participação da INSIGNARE que aí divulgará a actividade do seu Centro de Formação Contínua e do seu Centro Novas Oportunidades.
Visite-nos e saiba quais os cursos de formação que pretendemos desenvolver ao longo deste ano ou, se preferir, saiba como poderá reconhecer e validar certificações escolares e profissionais (estas últimas na área de hotelaria).
O Fórum realizar-se-á no Estádio Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria, e a entrada é gratuita.
Esperamos por si.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O Plágio e o Formador

Li recentemente uma notícia online que me levou a pensar. Para não ser acusado de plágio, deixo aqui o link:
http://economico.sapo.pt/noticias/jovens-plagiam-cada-vez-mais-para-trabalhos-escolares_81007.html
Dizia a notícia que os jovens recorrem cada vez mais à net para fazer trabalhos, mas plagiando, ao invés de pesquisando. Salientava que os pais vêm com muito entusiasmo o acesso dos filhos à net, porque a consideram como meio de aprendizagem. Mas não têm ideia de tudo o que as crianças fazem na net porque são pouco utilizadores.
Trabalhando o CFC sobretudo com adultos, foi sem surpresa, porém, que começámos a detectar plágio nos trabalhos que os próprios adultos fazem. Aquilo que me surpreendeu foi o facto de adultos desconhecerem a gravidade do que estavam a fazer. É-lhes explicado que uma pesquisa na net pressupõe uma síntese do que foi obtido; por outras palavras, é necessário que a pessoa reflicta criticamente sobre aquilo que leu, que assume como verdadeiro e como seu, visto estar a colocá-lo num trabalho. Após esta explicação, determinamos que a pessoa terá que refazer o trabalho, parcial ou totalmente, ou será reprovada.
Aqui começam os problemas: as pessoas reagem muito mal, praticamente recusando-se a corrigir. Alegam que desconheciam o conceito de plágio, que desconheciam a sanção associada, que não têm tempo, que a culpa é do formador, ...
Mesmo estando presente no Regulamento, é como se não estivesse, pois as pessoas não o leêm.
É a velha desculpa: "devia ter-nos sido dito!".
Já tendo passado a fase da sensibilização para o não fazer, agradecia pistas sobre como combater este fenómeno: afixar cartazes em todo o lado a alertar? Reprovar imediatamente o infractor, e fazer disso um exemplo, tornando-o público? Analisar caso a caso, e dando azo a avaliações subjectivas?
Lanço o debate, aguardando e agradecendo as propostas.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A Democracia, a Europa e os Jovens

O CFC, no âmbito da sua Unidade de Cooperação Internacional, está a desenvolver várias candidaturas ao Programa Comenius, visando a mobilidade de Docentes e Discentes. Uma dessas candidaturas envolve outros três países - Turquia, Alemanha e Polónia. O tema aglutinador é "Democracia - Um Passo para o Nosso Futuro Comum".
Enquanto estava a trabalhar nela, reflectia em várias situações:
a) Há alguns anos tive alguma dificuldade em explicar a um familiar adolescente o conceito de Cidadania: quando lhe dava exemplos práticos, ele olhava para mim com ar espantado, tendo acabado por admitir que para ele, tudo aquilo que lhe estava a dizer era óbvio! Concluí, por isso, que além de péssimo explicador, não sabia se havia de ficar triste ou satisfeito - afinal, esta nova geração já tinha interiorizado de tal forma conceitos como votar, participar em acções cívicas (ambientais, por exemplo), debater livremente com os amigos temas do seu interesse e exprimir as suas opiniões, ..., que já nem sequer reflectia como haviam chegado a eles.

b) Actualmente nota-se (em conversas, em reportagens) um desinteresse dos jovens sobre as grandes questões do País. Porém, até que ponto, enquanto Escola, conseguimos motivá-los para essas questões? Recordo-me de quando dava formação em cursos de Aprendizagem me pediram para ministrar um módulo de "Mundo Actual"; solicitei o programa e deram-me apenas linhas de orientação, pois o objectivo era colocar os formandos a reflectir sobre a actualidade. Conversei então com eles e acordámos em dividir a turma em grupos; cada grupo tinha então de preparar um curta apresentação à turma cada duas aulas sobre uma notícia escolhida nas primeiras 10 páginas de um jornal diário ou semanário à sua escolha (de entre os tidos como "de referência"), ou em alternativa dos primeiros 15 minutos de um noticiário televisivo. Assim, numa aula eles pesquisavam o enquadramento, reflectiam criticamente sobre o que ouviam e apresentavam à turma na aula seguinte, sendo avaliados também pela capacidade de responder às perguntas que os colegas lhes faziam. Sendo um módulo peculiar e manifestamente menorizado pelos outros formadores, foi com enorme satisfação pessoal que no decorrer de um conselho pedagógico o representante dos alunos disse, a respeito da reprimenda que o Coordenador lhes estava a dar, que grande parte dos módulos "era uma seca, porque os stôres não conseguiam explicar para quê é que aquilo servia. Ao menos no de Mundo Actual é animado, porque somos nós que damos as aulas! Já percebo o que é o défice [já nessa altura...] e porque é que ele pode ser tão importante para o nosso futuro - o meu pai vai pagar mais impostos, o que significa menos dinheiro lá em casa, e lá se vão as férias!". Apesar de simplificação minimalista, achei que ele tinha percebido o núcleo da "coisa", e senti-me realizado pessoal e profissionalmente. Hoje sei que os jovens, pelo menos na disciplina de Integração do Ensino Profissional, trabalham estes assuntos com eficiência.

c) Um dos aspectos que me anima é o facto de os jovens, enquanto em trabalho de grupo, quando não obtém consenso, votam. Assumem um dos pilares da Democracia inconscientemente! Não confundir, porém, com votação em eleições: se muitos dos adultos não conseguem distinguir as propostas dos principais partidos, não lêm os respectivos programas (diga-se em abono da verdade que dos que já li a esmagadora maioria eram genéricos, constituindo uma panóplia de intenções ao invés de objectivos claros e quantificáveis, e algumas dessas intenções irrealizáveis, por utópicas (ou pelo menos como Sir Thomas More as veria...), a maioria dos jovens não se sente atraído por questões que não lhe são explicadas de forma clara. Porém, assisti a conversas muito inflamadas aquando do Referendo sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez, que, independentemente do lado, me fizeram sentir satisfeito: eram sérias, fundamentadas, correctamente balizadas.

Esta dissertação já vai longa. Queria sobretudo deixar uma mensagem de esperança que esta candidatura seja aprovada, para que alguns dos nossos alunos possam ir conhecer realidades europeias completamente diferentes das que estão habituados e no regresso reflictam criticamente sobre elas.
Por exemplo, a importância do Papa João Paulo II na queda pacífica do regime polaco do General Jaruzelski - quando recebeu a delegação do Sindicato Solidariedade e lhes disse as célebres palavras "Não tenhais medo!".
Por exemplo, a importância da separação entre Estado e Religião, imposta por Kemal Ataturk, pai da República Turca e seu primeiro Presidente, cujo legado é ainda hoje vital para se perceber as tensões entre a Turquia pró-Europa e a Turquia contra a adesão, e todos os valores culturais envolvidos.
Por exemplo, a importância de a constituição germânica colocar tantas restrições quanto ao uso das Forças Armadas fora do contexto da NATO, no seguimento das imposições Aliadas do pós II Guerra Mundial.

Sérgio Fernandes

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

IDEIAS DE UM DIRECTOR EM INÍCIO DE FUNÇÕES

Regresso a um passado com mais de 20 anos e relembro neste momento os homens do Concelho de Ourém que estiveram no arranque da Escola Profissional de Ourém. Fernando Carriço Pereira, Presidente de Direcção da ACRO – Associação de Comerciantes Retalhistas do Concelho de Ourém, hoje ACISO, Mário da Silva Coutinho Albuquerque, então Presidente da Câmara Municipal de Ourém, David Pereira Catarino, à época vereador da nossa Câmara e eu próprio, então humilde vogal da Direcção da Associação de Comerciantes, antes referida. Mais do que vos cansar com as peripécias que estiveram na génese desta Escola, aproveito este tempo para relembrar alguns dos amigos, que com o seu esforço e total dedicação a ajudaram a construir: Avelino Subtil, José Fernandes, José Rui Paisana, José António Martins, Manuel Neves, António Neves Martins, Diamantino Rosa, Luís Perfeito e a Carla Pereira.
Regresso a um passado com mais de 20 anos e relembro os 19 alunos, que dos 23 iniciais, conseguiram concluir o Curso Técnico de Gestão: Rui Pereira, Paulo, Nuno, Célia Lopes, Rui Gomes, Pedro, Cristiano, Célia Almeida, Ana Jacinto, Rui Fonseca, Domingas, Filomena, Ana Sofia, Rita, Fátima Medeiros, Ana Cristina, Gilda, Paula e Leonel.
Para todos aqueles que acreditaram neste projecto, para os que nele trabalharam durante um ano sem terem recebido qualquer remuneração, para os nossos então fornecedores que se mantiveram serenos durante esse tempo, o meu muito obrigado em nome da Escola Profissional de Ourém.
Não é bom conselho voltar a um sítio onde já fomos felizes, sabendo de antemão, que a água não passa duas vezes debaixo da mesma ponte. Contra estes maus olhados, nada melhor que a força purificadora de um poema de um dos heterónimos de Pessoa, Ricardo Reis:

Cada um cumpre o destino que lhe cumpre,
E deseja o destino que deseja;
Nem cumpre o que deseja,
Nem deseja o que cumpre.

Como as pedras na orla dos canteiros
O Fado nos dispõe, e ali ficamos;
Que a Sorte nos fez postos
Onde houvemos de sê-lo.

Não tenhamos melhor conhecimento
Do que nos coube que de que nos coube.
Cumpramos o que somos.
Nada mais nos é dado.

Mais de 20 anos depois de se ter iniciado a aventura da Escola Profissional de Ourém, é da mais elementar justiça saudar o trabalho desenvolvido por quem comigo trabalhou durante 7 anos, e que depois me substituiu levando esta Escola à dimensão que hoje conseguiu atingir. Peço para a Drª. Purificação Reis uma merecidíssima salva de palmas.

Um agradecimento muito especial também para o Dr. Pedro Pereira, que sem qualquer apego imaginável aos lugares públicos, assumiu a missão, no desempenho do cargo de Presidente da ACISO de manter o rumo que esta casa sempre soube assegurar. Para ele um agradecimento muito especial e também uma merecida salva de palmas.

Mais de 20 anos depois desta casa ter iniciado a sua actividade, relembro todos aqueles que pelos infortúnios da vida fomos perdendo, mas que para sempre ficarão na nossa memória.

Mais de 20 anos depois e neste momento que agora vivemos, agradeço o convite que me foi endereçado pelas entidades proprietárias da INSIGNARE – Câmara Municipal de Ourém, ACISO, Centro de Estudos de Fátima e Entidade Regional de Turismo de Leiria/Fátima. Agradeço o convite e a confiança em mim depositada. Como eles sabem, tudo farei para não defraudar as suas expectativas.

Duas semanas após ter assumido a responsabilidade de dirigir os destinos da INSIGNARE, solicitei à sua Direcção a realização desta reunião geral, com o objectivo de vos comunicar aquilo que são os objectivos desta entidade a curto e médio prazo, em suma, aquilo que acredito serão os objectivos futuros de todos aqueles que queiram abraçar este projecto. Os que nele possam ver qualquer inconveniente ou se sintam menos motivados, relembro o provérbio popular de que “a porta da casa é a serventia da rua”. Não nos fazem falta nenhuma e por favor não nos estorvem!

Mas vamos ao que interessa:

1. A INSIGNARE é uma entidade financeiramente saudável, garante dos seus compromissos e com capacidade própria de crescimento sustentado.
2. Possui uma estrutura administrativa competente e adequada às suas necessidades;
3. Apresenta debilidades ao nível pedagógico, fruto de uma sobrecarga funcional no seu Director e da especificidade de se repartir por dois locais distintos de formação;
4. Em face disso, criou zonas sombra, indistintas de poder, que justificam pequenas quezílias e um agastamento motivacional dos seus profissionais;
5. A sua estrutura orgânica e as suas lógicas de contratação (de que serei eu um dos principais responsáveis), provocarão a médio prazo uma inevitável situação de falência técnica, caso não se inverta no imediato a sua estratégia de desenvolvimento. Muitas das escolas profissionais que iniciaram a sua actividade em simultâneo com a Escola Profissional de Ourém, atravessam actualmente uma fase muito difícil e é previsível que se vejam obrigadas a encerrar nos próximos dois anos. Não precisarei de referir nomes, por uma questão de respeito, mas as notícias têm corrido pela nossa comunicação social regional;
6. Daí que seja fundamental inverter posicionamentos, reforçar motivações e investir. Investir para crescer. Crescer para consolidar. O que propomos no imediato:
6.1. Aumentar a lotação da sede de 280 para 300 alunos;
6.2. Aumentar a lotação do Pólo de 165 para 253 alunos;
6.3. Garantir que em Setembro deste ano as duas Escolas conseguirão angariar, mais 230 novos alunos;
6.4. Reclassificar a designação do Pólo em Escola de Hotelaria de Fátima;
6.5. Iniciar o processo de construção da Escola de Hotelaria de Fátima;
6.6. Reorientar a Escola Profissional de Ourém para áreas tecnológicas inovadoras (ambiente, energia, design, comunicação);
6.7. Reforçar o esforço na área da Formação Contínua, para uma oferta de formação não financiada;
6.8. Reforçar o posicionamento do Centro de Novas Oportunidades para as áreas profissionais da Hotelaria e Turismo;
6.9. Alargar a oferta formativa para lá dos limites do Concelho de Ourém;
6.10. Reestruturar o Organograma Funcional de acordo com estas novas necessidades;
6.11. Estabelecer competências, poderes e responsabilidades;
6.12. Negociar até final do corrente mês, individualmente, um compromisso de objectivos até ao próximo mês de Julho;
6.13. Reequilibrar os níveis remuneratórios ao nível dos quadros de gestão intermédia;
6.14. Centralizar na Sede da INSIGNARE, em Ourém, o esforço de gestão das 4 estruturas: Escola Profissional de Ourém, Escola de Hotelaria de Fátima, Centro de Formação Contínua e Centro de Novas Oportunidades;
6.15. Reestruturar espaços, equipar, mobilar, em suma, garantir condições para aumentar os níveis de exigência;
6.16. Mais salas de aula em Ourém, mais 4 salas de aula em Fátima;
6.17. Assumir a designação INSIGNARE como marca da entidade proprietária e realçar as marcas Escola Profissional de Ourém e Escola de Hotelaria de Fátima. Associar o Centro de Formação Contínua e o Centro de Novas Oportunidades às marcas das Escolas de acordo com as áreas de formação a desenvolver;
6.18. Elaborar e realizar uma Campanha de Comemoração dos 20 anos da Escola Profissional de Ourém, alavanca para o relançamento da nova oferta formativa e das restantes áreas de actividade;
6.19. Lançar de imediato 4 novas unidades operacionais: Unidade de Inserção e Acompanhamento, Unidade de Educação Sexual e Unidade de Comunicação e Imagem e Unidade de Cooperação Internacional.
7. Reconhecemos a ambição daquilo a que nos propomos, única razão que nos levou a aceitar este desafio. Reconhecemos igualmente que nada disto pode ser feito individualmente. Tem que ser um projecto de todos, porque todos ficaremos a ganhar. É para isto que vos convido. Para terem ambição, empenhamento, rigor e atitude. E é isso que espero de cada um de vós.
8. Termino com uma citação de Herberto Helder, poeta que sempre me tem acompanhado:

“Há tantos anos vive o pássaro na gaiola que pode hoje voar por entre as nuvens.”

Muito Obrigado a todos!

Francisco Vieira