quarta-feira, 20 de abril de 2011

Ideias-Chave

Ditados populares como: <Quem quer peixe, molha o rabo!>, <Nada de constante existe senão a mudança.>,,pinheiro mais alto é aquele que o vento agita mais vezes.>, <Ser é melhor que parecer.> e <Ética é a liberdade em acção.>, marcaram as diferenças entre ser negociante/comerciante do ser empresário/ empreendedor, na nossa última sessão de Cidadania e Empregabilidade (CE). E foi esta sessão que me inspirou a presente partilha!..

Nesta área-chave - CE - tenta-se falar de (quase) tudo o que envolve a sociedade. O civismo de que dela faz parte, a consciência e acção social, a ética e deontologia profissional, o poder da palavra, o Saber-Ser e o Saber-Estar, a democracia participativa, os deveres e direitos cívicos, a conjuntura actual, a modernização, a sustentabilidade do planeta Terra, entre outros, são palavras e ideias-chave que constroem a esfera de uma conduta moralmente integrada e sustentada, capaz de produzir boas práticas e promover a proactividade de cada um dos formandos. O facto de poder dar formação nesta área fez-me entender melhor o que nos rodeia e procurar respostas, a curiosidades sustentadas, no mais simples gesto ou situação concreta. Tento sempre desenvolver, nos formandos do curso “Empregado/a de Andares”, a auto-imagem, a capacidade de agir sem a urgente aprovação dos “outros”, a competência do saber ouvir e do saber dizer “não”, a aptidão de não ajuizar com precipitação, e, acima de tudo, aumentar o poder reflexivo e crítico, procurando em primeiro conhecer-se a si próprio. São aspectos (e até parâmetros) que todos nós deveríamos cultivar e sustentar ao longo da nossa vida, mantendo o equilíbrio entre o ser pessoal e profissional. Grata pela Vossa atenção!

“Não mude as circunstâncias para melhorar a sua vida. Mude-se a si mesmo para melhorar as circunstâncias” insuplemento da revista DIRIGIR n.º 111(2010).

Cátia Ferreira

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Ser Cidadão como extensão do Ser Humano

2011 vai ser o ano dedicado pela Europa ao Voluntariado e Cidadania Ativa. Esta temática permitirá trazer de volta e ao mesmo tempo estabelecer uma ligação ao tema do Ano Europeu de 2010 Combate à Pobreza e Exclusão Social.
Durante todo o ano passado, foram realizadas um pouco por toda a Europa, assim como no nosso país, inúmeras atividades para assinalar com rigor este tema. Contudo, é de referir que esta é uma iniciativa que não pode, nem deve ficar ficar “para trás” como o ano de 2010. Não nos podemos distanciar da importância do tema da exclusão social e da pobreza e da nossa responsabilidade enquanto sociedade, se por mais não fosse, porque o nosso contexto nacional não o permite.
Todos os dias, ao vermos as notícias que chegam até nós quer pelos jornais, quer pela televisão, quer simplesmente por conversas que ouvimos de conhecidos ou desconhecidos, somos confrontados com o facto de vivermos num Portugal onde o número de desempregados aumenta a cada dia que passa, trazendo consigo um agravamento significativo da pobreza a vários níveis.
Há no entanto que não esquecer que este tema não é novo, não é recente e não é só típico de Portugal. Em Setembro de 2000 as Nações Unidas apresentaram a proposta dos Objetivos do Milénio adotada por 191 estados membros em que se comprometiam de entre muitos outros propósitos, a reduzir para metade os casos de pobreza extrema até 2015.
Contudo, fazendo uma análise à atualidade por nós vivida, atrevo-me a dizer que tem faltado firmeza por parte de muitos líderes políticos para assumir o compromisso que assinaram. No entanto, temos de acreditar que a solução passa por cada um de nós iniciar a sua própria batalha individual para superar e resolver este tipo de situações e problemas que não são só dos outros mas que acabam também por ser nossos.
Assim, é imperativo continuar com a luta, é imperativo que tomemos consciência do que significa efetivamente ser-se cidadão e em última instância, ser-se Ser Humano. É certo que ser cidadão é ter noção dos seus direitos e lutar por estes, porque só lutando se conquistam ideais, no entanto, ser cidadão é também percebermos que temos deveres, e um desses deveres sem dúvida que passa por ajudarmos os outros, os mais necessitados, os que passam fome, os que não têm onde dormir, os que não têm possibilidade de ter uma educação digna.
O escritor alemão Hermann Hesse disse que “se temos a possibilidade de tornar mais feliz e mais sereno um ser humano, devemos fazê-lo sempre”, e é com esse tipo de pensamento e de atitude que nos tornaremos verdadeiramente Seres Humanos.
Há ainda um longo caminho a percorrer para alcançar as metas há muito propostas, para resolver todos os problemas que nos assolam, mas se houver vontade de intervir, de ajudar, se houver vontade de se ser um bom cidadão, um bom Ser Humano, este caminho será sem dúvida menos sinuoso.
Gisela Margarida S. Quartau

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O que fazer pela minha região?

Procurar respostas para a questão que titula este texto, foi o objectivo de recente reunião organizada pela ADLEI – Associação para o Desenvolvimento de Leiria, que se realizou nas magníficas instalações do M|I|MO. Dividido em 4 blocos, os contributos analisaram a nossa realidade e procuraram respostas para o que se deve fazer, o que se está a fazer e o que se pode e vai fazer pela região. Investigadores, associações empresariais, entidade regional de turismo, ensino superior, associações autárquicas, deputados, jornalistas e associados da ADLEI, procuraram definir os principais constrangimentos e linhas de potencial desenvolvimento. Independentemente das conclusões que brevemente a ADLEI apresentará, aproveito este oportuno espaço para fazer a minha leitura sobre tudo aquilo que ouvi. Leitura pessoal, como não podia deixar de ser. O maior constrangimento daquilo a que designamos por “região de Leiria” é que ninguém sabe muito bem ao que nos estamos a referir. Poderá lutar-se pela afirmação de uma região que não consegue identificar o seu próprio território? Corresponderá ao distrito? Ao Pinhal Litoral? Ao território da agora designada Entidade Regional de Turismo? Inclui o concelho de Ourém? Tão grave como não saber qual a verdadeira área de abrangência deste território, é ele não ter um núcleo urbano que verdadeiramente o lidere. Que pelo seu peso populacional, económico e político, mas sobretudo pelas dinâmicas que provoca no espaço envolvente, assuma indiscutivelmente o estatuto de líder. Aqui a resposta parece óbvia. É de Leiria que estamos a falar. Mas e em boa verdade, que impactos conseguiu Leiria provocar no território que institucionalmente lidera (o distrito)? E será que algum dos municípios mais próximos, os da Região de Leiria (ou será que devemos dizer da Alta Estremadura), se revê nesta liderança de Leiria? Território totalmente pulverizado por todo o tipo de divisões e em permanente perda de protagonismo e de estruturas públicas de apoio resta-lhe a proposta de um atento participante. Coordenação, Parceria, Liderança. E quem deverá liderar? Uma agência de desenvolvimento, eventualmente decorrente de uma evolução, nesse sentido, da ADLEI. Concordo. Porque não a pluralidade desinteressada de uma associação cívica? Quem melhor (e mais barato) pode reunir a massa crítica existente nos vários domínios e através de um espaço sistemático de reflexão, promover uma fusão de interesses e objectivos que permitam caminhar num único sentido. Um sentido colectivo que resulte de opções globais e não do somatório das pequenas opções municipais. Um verdadeiro rumo que não se perca a copiar modelos existentes e se compare com a vizinhança, mas que assuma padrões internacionais de referência e permita pensar Leiria como uma Região de Excelência. E até aí e a partir daí pensar GRANDE. Acreditar que o Politécnico, pela sua qualidade, tem que ser uma Universidade. Que é urgente instalar na nossa Região o Novo Aeroporto do Centro. Que os municípios devem fundir a sua representatividade associativa regional numa única entidade e que devem intensificar a sua capacidade de cooperação. Que a Região precisa de um Centro de Congressos de nível e dimensão internacional. Que a requalificação da Linha do Oeste é fundamental. Que o problema da poluição suinícola é a maior chaga para a qualidade de vida e imagem da Região. Sobretudo estancar a constante perda de protagonismo institucional e de tudo aquilo que o Estado teima em levar para outros lados. Apostar na nossa maior riqueza, as Empresas, e com elas garantir desenvolvimento e emprego. É possível concretizar tudo isto, basta querermos!

Francisco Vieira

Diretor Executivo da INSIGNARE
In Jornal de Leiria, de 24 de Março de 2011